quinta-feira, 18 de março de 2010

1- Qual a importância das Normas Técnicas?
No Brasil o órgão responsável pela normalização técnica é a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), fundada em 1940. A ABNT é uma entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como entidade publica, e é a representante do Brasil junto à ISO.
Objetivos da ABNT.
. Promover a elaboração de normas técnicas e comentar seu uso nos campos científicos, técnicos, industrial, comercial, agrícola, de serviços e correlatos, mantendo-as atualizadas;
. Incentivar e promover a participação das comunidades técnicas na pesquisa, no desenvolvimento e na difusão da normalização no pais;
. Representar o Brasil nas entidades internacionais de normalização;
. Colaborar com organismos de normalização estrangeiros, intercambiando normas e informações técnicas;
. Conceder, diretamente ou por meio de terceiros, marca de conformidade e certificados de qualidade referentes a produtos e sistemas;
. Prestar serviços no campo de normalização técnica;
. Intermediar, juntos aos poderes públicos, os interesses da sociedade civil no tocante aos assuntos de normalização técnica.
A ABNT atualmente é constituída por comitês brasileiros. O comitê é o órgão que faz o planejamento, a coordenação e o controle das atividades de normalização, sendo a maior autoridade nacional em sua área, e tem o compromisso de elaborar Normas Técnicas e mantê-las atualizadas.

2- Faça uma síntese sobre o processo de criação de uma nova Norma.
O processo de elaboração de uma norma primeiramente se dá com a manifestação da sociedade em criar uma nova norma. Depois criar-se uma comissão de estudo (CE), através do comitê brasileiro ou organismo de normalização que envolve a participação voluntária da sociedade, dentre elas se destacam: participação do governo, entidades de classe, órgãos de defesa do consumidor, que elaboram um produto de norma com consenso de seus participantes. Esse projeto de norma é submetido a votação nacional entre os associados da ABNT e demais interessados. Podendo surgir sugestões posteriores a votação na qual são analisados pela comissão de estudos e após aprovadas como normas brasileiras. Por fim, a norma brasileira é impressa.

3- Faça uma síntese sobre do processo de avaliação de uma nova tecnologia para a qual não existe norma especifica.
Quando surge um produto adaptado para nova tecnologia(chamamos de produtos inovadores), no qual não se tem uma norma específica para o uso estes passam por um processo de avaliação de desempenho do produto, através de órgãos de financiamento habitacional que tem como objetivo reduzir riscos, protegendo os interesses da sociedade, usuários e construtores, como também os recursos públicos. Este processo serve para edificações como também para seus produtos (componentes).

4- O que é certificação de um produto?
A certificação consiste da emissão de marcas e certificados de conformidade para empresas que demonstram que um produto, serviço, ou sistema de gestão atende às Normas aplicáveis, seja nacional, estrangeiras ou internacionais, assim, além da norma outro requisito que se destaca no nível de qualidade de um produto ou serviço é a sua certificação.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Novo Material para Construção

GESSO MAIS RESISTENTE




Desenvolver materiais a base de gesso para aplicação na construção civil é o objetivo de uma pesquisa desenvolvida entre o Instituto de Física da USP-São Carlos e a empresa Inovamat Inovações em Materiais Ltda, com apoio da Fapesp, Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Programa Habitare. A idéia é produzir estruturas de gesso com elevada resistência mecânica para substituir, em alguns casos, o uso do cimento na construção civil. Os estudos têm mostrado que é possível preparar placas de gesso com adição mínima de água para satisfazer a reação de hidratação. Dessa forma, são obtidas peças mais densas e, portanto, de alta resistência mecânica.
Além disso, o gesso é material não combustível, 100% reciclável, de baixo custo, não causa poluição em sua fabricação e seu uso na construção civil ajuda a reduzir o emprego indiscriminado de madeira. Segundo o pesquisador da USP-São Carlos, Milton de Souza, também diretor presidente da empresa Inovamat, há duas formas conhecidas de gesso: o mineral e o fosfogesso, ou o sulfato de cálcio hidratado, que resulta da produção de fertilizantes fosfatados. Na região Sudeste, há montanhas desse rejeito industrial, encontradas, por exemplo, em Cubatão e no norte de Minas Gerais. O problema é que o fosfogesso, devido ao tamanho de suas partículas, não podia ser empregado na produção de placas. Por isso mesmo, as pesquisas se concentraram num novo método de preparação de gesso e seus compósitos, chamado Ucos: o fosfogesso é moído e aquecido a uma temperatura de 100ºC. Torna-se, assim, um sulfato de cálcio hemi-hidratado, conhecido como reboco.
"Com pouca água, o gesso passa a ter outro tipo de consistência. O material não vira uma pasta e sim um pó umedecido que, ao ser comprimido, gera peças mais fortes até do que as de concreto", explica Souza. O novo material é também mais resistente do que o gesso utilizado regularmente na substituição das divisórias internas pela construção civil. Essas estruturas, conhecidas como dry wall, apresentam alta capacidade de absorção de água, e, por conta disso, desenvolvem baixa resistência à compressão e à flexão.
A nova técnica permite que o produto seja usado em paredes internas e externas, piso, forro e como isolante térmico e acústico. O isolamento térmico e acústico, bem como o aumento da resistência à flexão, ao impacto e a redução da densidade, são alcançados nos compósitos gesso-fibra, que podem ser obtidos usando fibras de papel, coco, tronco de bananeira ou fibras lignocelulósicas. Isso permite, inclusive, pensar em aplicar esse gesso na indústria moveleira.
Uma casa de aproximadamente 50 metros quadrados, utilizando como material básico essas placas de gesso, está sendo construída em São Carlos. A idéia é mostrar que o material é resistente e substitui tranqüilamente o cimento. Depois de inaugurada, a casa servirá ainda para estudos complementares para a medição de radiação. "O fosfogesso usado, por exemplo, nos Estados Unidos é altamente radioativo. Sabemos que o material brasileiro é bem menos radioativo, mas queremos confirmar isso através de pesquisa", diz Milton de Souza. Para que o novo material chegue ao mercado, é preciso que haja parcerias com empresas dispostas, inclusive, a investir na construção de maquinários para produção em larga escala das placas. A Inovamat não tem esse objetivo, já que pretende funcionar como um centro de pesquisa privado. Se a parceria for realizada, a previsão é que em 10 anos as placas de gesso estejam disponíveis aos consumidores.